quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Os modismos da Moda (e seus absurdos)

Não sei se é porque sou homem, ou se é porque não ligo mesmo para o tema, mas MODA é algo indecifrável para mim, tal qual papiros egípicios, placas de sinalização em russo ou tratados sobre física quântica.
Me surpreendo (e não sei como ainda consigo isso) quando ouço comentário do tipo: a moda para o verão é usar determinadas cores (sempre com nomes compostos e estapafúrdios) ou que no inverno, um determinado tipo de estampa vai bombar.

Minha mulher ja tentou me explicar a lógica do negócio, que parte de estilistas internacionais e que vai parar na SAARA ou no Mercadão de Madureira. Mas é lógico que essa lógica se mostra ilógica para mim.
Sei que o mercado tem que faturar e que esses factóides estilísticos ajudam a impulsionar os lucros. Sei também que esse papo de moda vem de muito, muito tempo atrás, quando se buscava usar trajes semelhantes aos da realeza. Depois foi a vez de copiar astros do cinema. Hoje em dia, a cópia é das roupas dos personagens da TV.

O que não entendo é o prazer de usar algo que está todo mundo usando. Trata-se de uma carência social absurda. Ou alguém realmente acha que, de uma hora para outra, as mulheres descobriram que as caveiras são lindas???? Mesmo assim, as caveiras de todas as cores e tamanhos estão espalhadas pelas ruas, vitrines e bancas de camelôs.

Outra coisa. Alguém decidiu que colares gigantescos e multicoloridos estão na moda. Não importa se eles podem causar torcicolos ou se assemelham a fantasias de escolas de samba.
Estão na moda e ponto final.

Fico imaginando os estilistas caindo na gargalhada ao ver que qualquer coisa que eles inventam, seja usável ou não, bonito ou não, se dissemina como fogo em mato seco.
E o que é pior. As mulheres sofrem por conta disso: física e psicologicamente.
Não venham me dizer que é confortável se equilibrar sobre altíssimos saltos por mais de 12 horas.
E não tentem me convencer também que elas acham normal quando entram numa loja e descobrem que a confeccção trabalha apenas com tamanho único (tamanho, por sinal, que não atende a enorme maioria das mulheres brasileiras).
Isso acaba por gerar uma ditadura estética. É preciso entrar em forma (ou seria melhor dizer: entrar na fôrma) de qualquer forma, sob o risco de não poder usar o que está "up to date" no mundo da moda.
De  uns tempos para cá, o problema que era apenas feminino, passou a afetar os homens também.
Existem lojas que simplesmente não fazem roupas para homens do meu tamanho. Tudo bem, estou acima do peso, mas estou longe de ser obeso e de precisar me contentar com a Casa Varca. Na Zara, o GG masculino está mais para M do que para G.
Não faço questão de estar na moda. Longe disso. Mas gosto de me vestir bem.
Não acho que tenhamos que chegar ao nível dos Estados Unidos, onde qualquer loja de grife oferece tamanhos até 4 ou 5G, mas um pouco mais de flexibilidade não faria mal a ninguém.
Na verdade, todo esse preâmbulo foi justamente para destacar uma loja que optou por oferecer, também, tamanhos maiores. A grife Reserva contratou até um peso pesado para ser seu garoto propaganda: Léo Jaime.


Recomendo a leitura de um texto que ele escreveu sobre o tema.
http://www.reserva.com.br/blog/reserva_3g_tamanho_para_gordinhos/

A exclusão daqueles que não se encaixam no padrão estético vigente é uma burrice, pois as vendas acabam sendo menores do que poderiam ser.
Mas aí, todos poderiam usar as criações  dos "gênios" da moda e isso não seria mais fashion.

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